domingo, 21 de junho de 2015

Nuvens de Tormenta - Allison Leigh


A tempestade estava a ponto de cair sobre  Annie Hess...

De fato já tinha começado com a chegada de sua filha secreta, a que anos atrás tinha deixado aos cuidados de seu irmão e que agora necessitava de respostas. Mas as coisas não tinham feito mais que piorar com a aparição do Logan Drake. O homem que a tinha rechaçado em outro tempo agora pretendia levar a moça. Nenhum dos dois esperava que aquele reencontro despertaria seus sentimentos do passado. O que ainda não sabiam era se as duras decisões que tinham tomado anos atrás poderiam agora levá-los até encontrar a felicidade.

Prólogo

BASTA. Ela se sentiu aliviada ao reconhecer a rouca voz que tinha surto da escuridão. Aproveitou a momentânea surpresa de Drago para liberar-se e afastar-se da esquina do abrigo onde a tinha esquecido.
Entretanto, Drago reagiu em seguida, agarrou-a por cabelo e atirou para ele. Ela gritou de dor e se torceu um tornozelo ao retroceder.
—Hei dito que basta —repetiu a voz. encontrava-se apanhada entre duas sensações: a dor que lhe causava Drago ao lhe atirar do cabelo e o alívio ao comprovar que sua estupidez não ia supor, como tinha pensado, seu fim. De seu salvador só podia ver a ponta de um sapato. Mas não necessitava nada mais para recuperar a valentia. —me solte, Drago. Hei-te dito que me deixe em paz.
O homem riu brandamente.
—Mas se tínhamos um trato, pequena. Ou é que já não o recorda?
—Tínhamo-lo, mas o tenho quebrado. Assim...
Drago voltou a atirá-la do cabelo, essa vez com mais força, e ela tropeçou e perdeu o equilíbrio. Tentou pôr as mãos para frear a queda, mas não o conseguiu e o golpe foi tão duro que os olhos lhe encheram de lágrimas. Quando reagiu, observou que Drago também estava no chão, tentando levantar-se.
O homem que tinha golpeado a seu agressor era muito alto, mais inclusive que seu irmão, Will, que ultrapassava o metro oitenta. A tênue luz do abajur lhe permitiu observar a cor de seu cabelo, negro como o ébano, e o tom moreno de sua pele. Entretanto, não era um moreno de homem com dinheiro e tempo livre, como o que cultivava seu pai para contrastar com os objetos brancos de jogar tênis, mas sim de um homem que podia tombar a um valentão de um murro sem fazer uma só ruga no smoking que levava.
—Não te mova.
A pesar do som das risadas e da música que chegava do mole, onde seguia a festa das bodas, sua voz se podia ouvir com toda claridade.
Observou a Drago com medo, mas ele se manteve no chão e se limitou a olhá-la a sua vez com gesto de recriminação, como se todo aquilo fora culpa dela. Annie Hess pensou que talvez tivesse razão; ultimamente as coisas não lhe tinham saído muito bem e se por acaso fora pouco nesse momento teria que as ver-se com o homem que !a tinha salvado e ao que já tinha reconhecido: Logan Drake, o amigo de seu irmão maior.
— Encontra-te bem?
Annie pensou que aquela situação resultava muito irônica. Levava dois dias tentando chamar sua atenção, mas não tinha imaginado que o conseguiria de um modo tão estranho.
—Encontra-te bem? —repetiu.
Ela assentiu.
—Vá chamar à polícia. Ah, e lhe diga a seu pai ou a seu irmão que venha.
—Não.
— Como? —perguntou, surpreso.

Dois Corações Solitários - Barbara Newman


Quando Sophie caiu aos pés do capitão Robert Austin a bordo do navio que os levaria para trabalhar em um hospital militar, na Alemanha, logo percebeu que precisaria de muito mais do que um simples tornozelo torcido para despertar a atenção dele. Para Robert, todas as mulheres eram iguais à ex-noiva: não prestavam. Ver Sophie, tão independente, sempre cercada de admiradores, só fez com que ele se desencantasse mais. Sophie, porém, resolveu lutar pelo amor de Robert. Mas, surgindo do passado, seu ex-noivo, um homem vulgar e sem escrúpulos, colocou-se em seu caminho, ameaçando sua felicidade…


CAPÍTULO I
  

Quando o navio começou a se afastar do porto, rumo ao canal, Sophie Allendale deixou o convés e dirigiu-se para o salão.
Um homem jovem, parado na entrada, afastou-se para lhe dar passagem. Distraída, não viu o degrau e tropeçou, torcendo o tornozelo. Teria caído se ele não a segurasse com firmeza.
— Obrigada, o senhor me salvou de um belo tombo.
— Talvez, de agora em diante, você preste mais atenção por onde anda.
A voz dele, grave e arrogante, irritou Sophie mais do que as palavras. Seus olhos castanhos brilharam de raiva.
— Sinto muito ter aborrecido o senhor e estou grata pela sua ajuda. De qualquer maneira, estou perfeitamente bem agora.
Querendo seguir seu caminho com orgulho e dignidade, apoiou todo o peso do corpo sobre o pé machucado e sentiu uma pontada aguda de dor.
— Oh! — gemeu, sem querer, sentindo-se corar.
— Espere — ele a segurou pelo braço. — Deixe-me ajudá-la a ir até uma cadeira e então darei uma olhada nesse tornozelo.
Agora havia um tom mais suave em sua voz que a irritou ainda mais.
— Não é preciso, obrigada. Eu posso tomar conta de mim mesma.
— Talvez, mas eu insisto. Sou médico.
— E eu sou uma enfermeira formada.
— Mais uma razão para você mostrar um pouco de bom senso. Se trata seus pacientes com essa mesma irresponsabilidade, não será de muita ajuda no Hospital Militar, para onde, acredito, está se dirigindo.
Aquele comentário fez Sophie ficar realmente furiosa. Uma das coisas de que mais se orgulhava era de sua eficiência. Tinha sido, inclusive, escolhida como a melhor enfermeira do ano no Hospital St. Andrew. Estava prestes a dar uma resposta malcriada, mas um pensamento mais sensato cruzou sua mente: ele poderia trabalhar no Hospital Militar, em Radlau, e nesse caso seria estúpido discutir agora. Afinal, muita coisa dependia do relacionamento pessoal entre os membros de um hospital e do trabalho de equipe. Engolindo o orgulho, deixou que ele a levasse até uma cadeira.
As mãos do médico apalpavam com cuidado, e ao mesmo tempo com firmeza, o tornozelo torcido, que já mostrava sinais de inchação.
— Não acredito que haja nenhum dano irreparável. É apenas um mau jeito. Você está numa cabine? — perguntou, olhando atentamente para ela.
Sua expressão abrandou-se um pouco, quando percebeu a delicadeza do rosto dela e a sombra de dor nos olhos castanhos. Havia uma força inesperada naquele pequeno rosto oval e na curva dos lábios bem delineados, que o fizeram mudar momentaneamente de opinião sobre as mulheres. Mas logo expulsou este pensamento. As mulheres eram todas iguais. Estavam sempre prontas para laçar o primeiro homem que mostrasse qualquer sinal de amizade. Admitia que esta jovem era muito atraente, com cabelo castanho e grandes olhos que o fitavam de frente, mas não seria novamente enganado por um rosto bonito. De repente, percebeu que ela estava falando.
— Desculpe, o que foi que disse?
Apesar das palavras educadas, sua voz soou rude.
— Eu disse apenas que tenho uma cabine.

A Dama e o Rebelde - Christine Dorsey


IRLANDA, 1747
DE DIA UM LORDE ... À NOITE, O HOMEM MAIS PROCURADO DA IRLANDA!

Padraic Rafferty é forçado a adotar uma segunda personalidade para escapar da perseguição religiosa na Irlanda. Quando passa a viver como lorde Dunlanoe, supostamente protestante, ele é apresentado ao alto círculo social irlandês frequentado por seu primo, Edwin, um homem superficial e devasso cujas perversões são notórias. É nesse círculo que Padraic põe em ação o Rebelde, contrabandista e ladrão que tira dos ricos para dar aos pobres e burla as leis inglesas para taxar o comércio irlandês. Mas tudo muda quando ele conhece Lilianne, uma mulher ao mesmo tempo doce e forte, que tem o poder tanto para destruí-lo como para transformar sua vida... e a dela própria... com um amor destinado a triunfar sobre o impossível...

CAPÍTULO I

Junho, 1747,
Próximo da Costa Oeste da Irlanda
Ela ainda estava lá. Agarrado à escorregadia balaustrada, o capitão Padraic Rafferty observava as velas infladas da nau que perseguia a The Rebel´s Pride. Fizera de tudo para despistá-la, mas a embarcação, inglesa, a julgar por sua bandeira, ainda os perseguia.
E os alcançava. Normalmente, já a teriam despistado, mas depois da tempestade violenta que haviam enfrentado na travessia do canal, tudo mudara. Uma das velas se rompera, o que representava acentuada lentidão.
O que acha disso, Paddy?
Padraic olhou para o amigo, Coyle Burns, co-proprietário do barco The Rebel's Pride.
O que acho é que vamos ter de dar muitas explicações, caso eles nos abordarem.
E se não nos abordarem? Eles nos afundarão, sem sombra de dúvida.
Coyle empalideceu, mas sua voz permaneceu firme.
A nau traz muitas armas, então?
  Pelo que posso ver daqui, sim. E se esperarmos mais um quarto de hora, verei não só as armas da embarcação inglesa, mas os botões da casaca de seu capitão, também.
Maldição! Não há nada que possamos fazer?
Não, a menos que tenha um dos seus milagres escondido na manga.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

A Marca do Fogo - Lora Leigh


Ela detém o poder Elemental do fogo ao seu alcance, capaz de endurecer, para destruir. Mas seu coração tem medo de repetir os erros dos seus antepassados. Agora, em meio a um mundo que lutam para reconstruir, Carmella deve aprender que ela não consegue controlar o poder de afluência através de seu frágil corpo sozinha. Ela vai precisar de ajuda. Mas ela pode aceitar o que seu futuro líder Torren tem visto, e ao toque de um desconhecido que é mais do que ele parece?

Capítulo Um


 Ele a tocou suavemente. Muito delicadamente. Carmella estava tensa sob os golpes de Torren em seu corpo, forçando-o de volta, a agressão crescendo dentro dela com o seu desejo aumentando. Seu longo cabelo, castanho escuro, acariciou os braços, criando uma cortina de seda em torno de sua cabeça, enquanto sua língua lavava seu mamilo duro e abocanhou o ponto ansioso suavemente.

Suas mãos grandes e calejadas pelo trabalho moveram-se sobre o seu corpo com conhecimento sensual, mas com moderação. Ele estava retendo-a, assim como ele sempre fazia. Sua cabeça atirada no travesseiro, quando ela mordeu os lábios para não gritar de frustração.

—Sobrecarga de adrenalina— ele sussurrou contra o seio, movendo-se mais abaixo, os lábios como que em chamas, ao acariciar sua pele.

    —Relaxe, Carmella!

A voz dele era grossa e rouca de luxúria, enquanto ele mordiscava a carne macia de seu abdômen, viajando mais próximo do centro de propagação de calor através de seu corpo. Mas havia algo mais. Uma veia de conhecimento que ela não podia compreender muito... Quase de diversão. Como se soubesse suas necessidades, como atormentá-la, se recusando a facilitar.

Seus dedos cerrados no cobertor da cama embaixo dela, enquanto lutava para se controlar. Ela poderia suportar, assegurou a si mesma, como sempre fazia.

—Carmella—. Ela abriu os olhos e o olhou.

Ele a estimulou com seu pênis fazendo sua vagina pulsar. Deus! Ele era tão incrível, tão bonito. Os ângulos do seu rosto era o sonho de um artista. Maçã do rosto saliente, o corte afiado de seu nariz, o queixo teimoso. A sensualidade masculina na curva dos seus lábios, combinado com o tom bronzeado de sua pele, deu a ele um olhar, intenso.

    —Você vai transar comigo ou falar a noite toda?— Ela conteve a vontade de mordê-lo. Por que ela sempre quer morder e arranhar? O pulsar desesperado de um desejo quase violento aumentou através de suas veias.

Nos lábios de Torren formou-se um pequeno sorriso.

Ele sabia. Quais os conhecimentos que ele possuía e ela não? E por que ela não filtrava os impulsos psíquicos, para fazê-lo entender isso?

—Eu te quero, eventualmente. — Sua mão deslizou até a sua coxa, separando-lhe as pernas, com as mechas de cabelo mais longas acariciaram-lhe a carne. Carmella estremeceu. Ela gostava de sentir os fios de seda na sua pele.

—O que quer dizer, com eventualmente?— - Ela ofegava.  Tentando distribuir o fluxo aquecido que passava através dela. 

Coragem Para Beijar - Aimee Carson


Conheça Hunter Philips, o conquistador de Miami...

Hunter despertou o faro jornalístico de Carly Wolfe: que tipo de canalha insensível inventa um aplicativo tão cruel chamado O Detonador? Desafiando-o em um programa de TV, ela não esperava que aqueles gélidos olhos azuis e um carisma letal deixassem seu coração descompassado... Depois de um rompimento escandaloso, que resultou em sua demissão, Carly deixou o amor em segundo plano. Um caso tórrido com Hunter certamente jogaria por terra sua regra de distanciamento emocional. Mas o que uma jornalista ambiciosa faria? Ela poderia conseguir uma matéria de capa... Carly só esperava que seu tiro não saísse pela culatra, como sempre acontecia com ela...

Capítulo Um

BRAÇOS CRUZADOS, largos ombros rígidos, pernas ligeiramente abertas, Hunter Philips estava em pé no Green Room da estação de televisão WTDU, de Miami, e observava a mulher no monitor, preparando-se mentalmente para o confronto. Na tela, Carly Wolfe sorria para o entrevistador e a audiência. A encrenqueira era mais bonita do que imaginara. Tinha cabelos de um castanho profundo, longos e brilhantes, e lindas pernas. O vestido minúsculo de estampa de leopardo combinava com as sandálias de saltos mortais. A roupa perfeita para transformar um homem em um robô.
Claramente enfeitiçado, o louro entrevistador mantinha o olhar preso a Carly Wolfe, sentada em um sofá de dois lugares.
– Adorei os relatos no seu blog diário sobre suas, digamos – o sorriso de Brian O’Connor cresceu –, tentativas criativas de conseguir um comentário de Hunter Philips antes de publicar sua matéria no Miami Insider. Dirigir uma empresa de segurança da network deve deixar a ele pouco tempo para a imprensa.
O sorriso dela foi caloroso e sincero.
– Disseram que é um homem muito ocupado.
– Quantas vezes tentou falar com ele?
– Liguei para sua secretária seis vezes. – Ela cruzou os dedos e os prendeu ao joelho, então lançou um olhar malicioso e adorável ao entrevistador. – Sete, se contar minha tentativa de contratar a empresa dele para ajudar com as configurações da minha rede social.
O apresentador riu junto com a audiência. Estava claramente encantado pela entrevistada, e Hunter sorriu sem humor. A natureza alegre de Carly Wolfe conquistara a audiência. Hunter estava com sérios problemas.
– Não tenho certeza – disse Brian O’Connor, com o fácil sarcasmo que o tornava tão popular entre os jovens –, mas imagino que a empresa de Hunter Philips tem clientes mais difíceis do que uma simples rede social.
Os olhos luminosos de Carly brilharam de humor.
– Foi essa a impressão que a secretária dele me deu.
Hunter observou os cativantes olhos cor de âmbar de Carly, a pele cremosa, e o corpo reagiu a todo o delicioso pacote. Aprendera a ignorar a atração física, mas, nas últimas semanas, se sentira cada vez mais intrigado e divertido com as tentativas engenhosas de Carly Wolfe para conseguir seus comentários.

Prisioneiro do Desejo - Delilah Devlin


O capitão Adamarik Zingh e sua tripulação pirata capturaram muitos navios, obtiveram seus carregamentos, deram prazer a muitas mulheres, tudo em baixo dos narizes das autoridades de Domínio. Mas a pirataria é um negócio solitário e Adam e seus homens fizeram um pacto para criar raízes, governando-se sem a interferência de Domínio, e criar suas famílias em um planeta desabitado, no borda de uma galáxia conhecida. Agora só necessitam o mais importante... as mulheres.

Evena McClure é a Capitã de uma nave que leva a bordo quase 400 prisioneiras femininas a um presídio de Domínio. Quando os piratas alcançam sua nave Evena resiste, seu dever é o de proteger às mulheres. Quando o capitão pirata oferece a liberdade a apenas cem prisioneiras, Evena e as demais mulheres fazem um trato para liberar mais de suas irmãs. Os piratas e as prisioneiras têm só uma semana para seduzir uns aos outros.

Capítulo 1

  
   — Capitão, recolhi a baliza da nave.
   O capitão Adamarik Zingh se levantou do console de navegação. Afinal de contas, a fase final de seu plano se estava desenvolvendo. A baliza estava programada para soar logo que qualquer nave se aproximasse dentro de uma distância pertinente.
   — Ouçamos.
   Seu ajudante de comunicações pressionou o interruptor do interfone.
   — Advertência! Você está entrando em um espaço controlado pelo Domínio Interplanetário. — A mensagem gerada pelo computador era transmitia em uma linguagem universal.
   — Esta nave é uma prisão de Domínio. Qualquer nave detectada dentro de um raio de cem mil léguas desta nave será destruída.
   — Retire a viseira. —Pediu Adam, ignorando a advertência.
   O zombador som que acompanhou o retrocesso da cortina de metal, recordou a Adam a perda de sua espaçonave anterior. Sua tela luminescente de avançada tecnologia teria recriado a vista do espaço sem deixar o casco da nave vulnerável.
   Mas os piratas não podiam ser muitos seletivos. A nave de transporte que agora capitaneava permitia ao seu grupo de invasores deslizar-se para perto de seu alvo, sob a cobertura do radar de Domínio. Sua aparência pouco notória nesta parte do universo era um disfarce perfeito.
   — Vejo a nave, Adam. — O homem ao leme, seu segundo oficial Cantor Marlow, inclinou a proa da nave a favor do vento. A mudança brusca na direção fez com que a velha nave de transporte estremecesse violentamente. Logo um gemido baixo e detestável do casco fez vibrar os consoles, derrubando copos e mapas.
   Adam manteve o equilíbrio, e olhou furiosamente para seu segundo oficial.
   — Cookie cortará suas vísceras por isso. Limpará a comida do teto durante uma semana.
   Cantor encolheu os ombros, com um brilho malicioso nos olhos.
   — Somente me assegurava de que a tripulação da abordagem estava fora de seus beliches. —Seu olhar se desviou além de Adam— Ali está.
   Adam examinou rapidamente o portal aberto, registrando o céu. A infinita noite negra se estendia ante ele. Cheia de possibilidades intermináveis. O canto de uma sereia que o tinha atraído desde sua primeira viagem.
   Então o viu. O enorme casco da nave-prisão surgiu ameaçadoramente na distância, a antecipação percorreu suas veias.
   — Alerta à tripulação de abordagem.



terça-feira, 16 de junho de 2015

A Paciente / Véu de Segredos - Diana Palmer


Ramon é o último homem de quem Noreen aceitaria ajuda, mas ela estava doente. Como médico, era dever de Ramon buscar a cura de seus pacientes. Como homem, ele tinha de encontrar um meio de cuidar do coração da mulher que assombrava seus sonhos. Seria ele capaz de sanar as dores da alma de Noreen?

CAPÍTULO UM


ELE ouviu os comentários divertidos murmurados ao descer o corredor em direção ao centro de cardiologia do St. Mary's Hospital e foi difícil não sorrir. Acabara de ser entrevistado aquela manhã num programa de televisão sobre seus hábitos na sala de cirurgia. O repórter havia mencionado que o Dr. Ramon Cortero gostava de ouvir o grupo de rock “Desperado” durante as cirurgias cardiovasculares pelas quais era conhecido mundialmente. As enfermeiras e técnicos do centro de cardiologia onde trabalhava brincaram a respeito daquilo o dia inteiro. Eram uma equipe da qual ele próprio fazia parte e, portanto, não se ofendeu com a gozação. Na verdade, alguns deles também eram fãs do grupo do estado de Wyoming.
Os olhos negros sobressaíam no rosto moreno, bonito e magro enquanto passava em seu uniforme verde, procurando a mulher de um paciente em quem acabara de substituir uma válvula cardíaca em mau funcionamento.
Ela não estava na sala de espera do segundo andar. A enfermeira do centro, inadvertidamente, pedira que aguardasse na sala de espera do lobby principal e, quando ele ligara para lá, a mulher de meia-idade desaparecera. O marido milagrosamente sobrevivera, graças à habilidade de Ramon e algumas orações. Fora trazido com uma válvula perfurada agravada pela pneumonia. Tinha boas notícias para a mulher, se a encontrasse.
As portas do elevador se abriram e, quando ele se virou, lá estava ela, rodeada pelo filho adolescente, que usava um casaco preto comprido, vários membros da família do marido e uma das capelas do hospital, a seu lado praticamente desde o início daquilo tudo, 48 horas antes. Os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar sinalizavam um pedido desesperado.
Ramon sorriu, respondendo à pergunta que ela parecia recear fazer.
— A operação foi um sucesso — disse sem rodeios. — Ele tem um coração forte.
— Graças a Deus e ao senhor. Obrigada. — Apertou-lhe a mão.



segunda-feira, 15 de junho de 2015

Cenário de Uma Paixão - Erin Ross

Michael coloca Rachel, nua, sobre a cama. Depois permanece em pé, imóvel, admirando-a. Deixa que ela também sinta prazer com a visão de seu corpo nu, másculo, viril, de homem ansioso por uma noite de amor e prazer.
A evidente paixão que ele demonstra sentir por ela deixa Rachel deliciada e queimando de desejo. Incontrolavelmente!

Mas a presença ainda palpável de um triste acontecimento do passado continua sendo um obstáculo para a realização de seus mais íntimos sonhos sensuais.

CAPÍTULO I

Rachel Walsh, escritora de peças teatrais, ficou parada na frente da porta principal do Teatro Regent, indecisa, procurando coragem para entrar. Observou, ao lado das escadarias, os cartazes anunciando a grandiosa noite de gala com a estréia da peça Quando as rosas morrem, que reinauguraria o antigo teatro após a grande reforma por que passara.
O vento frio que soprava forte soltava-lhe mechas dos cabelos ruivos que estavam presos num coque à altura da nuca. Ergueu a gola do casaco, pois era muito sensível à baixa temperatura, já que estava acostumada ao calor intenso que fazia em Phoenix, Arizona, onde atualmente morava.
Duas mulheres que passavam pela rua pararam ao ver os cartazes. Instintivamente, Rachel recuou alguns passos, não podendo deixar de ouvir o que elas falavam:
Eu li no jornal que esta é a primeira peça que Rachel Walsh escreve depois do acidente — disse uma delas.
Ouvi falar, lá no escritório, que nesta peça ela revela tudo o que aconteceu com Richard Cole...
Parece que não será encenada nos Estados Unidos. Acho que é porque envolve a morte dele!
Ah, ele era ótimo! Eu o vi uma vez, quando estava dirigindo uma peça aqui no West End. Foi mesmo uma pena ter morrido daquele jeito.
Rachel interessou-se em escutar o que elas diziam.
Dizem que nos últimos tempos ele bebia muito e era viciado em drogas. Essa gente de teatro... — A voz fina foi abaixando o tom, para reforçar o que estava dizendo. — Falam que Rachel Walsh foi a culpada de tudo.
Segundo algumas revistas, antes de conhecer a escritora, ele era um homem alegre e cheio de vida; depois de conhecê-la sua maneira de viver mudou completamente. Ele tornou-se um homem de humor instável.
Depois de alguns momentos de silêncio, a voz esganiçada voltou a soar:
Quando as rosas morrem — disse a estranha, pensativa. — Que título engraçado! Deve haver algum significado mais profundo.
Estranho que tenham escolhido uma peça americana para reabrir o Teatro Regent.





Me Chamam Artemio Fúria - Florencia Bonelli


Buenos Aires 1810. Artemio Fúria não é um homem comum. É um gaúcho cujo nome se pronuncia com respeito e temor em todas as esferas da sociedade. Entre 1806 e 1807, seus centauros e ele serviram nos exércitos do Juan José de Pueyrredón para expulsar os ingleses. Sua influência entre os patrícios é decisiva. Diz-se que, com um estalo de seus dedos, pode revoltar a toda a campanha. Quando começa a gerar a Revolução de maio de 1810, a facção patriótica, a que deseja a independência do Rio da Prata, convoca-o para lutar pela liberdade. Contar com as hostes do gaúcho Fúria pode significar a vitória.


Prólogo

Memórias de uma infância roubada

  A dezessete léguas ao sudeste da cidade de Córdoba, nas cercanias do rio Ctalamochita, 6 de junho de 1790.
  O padre Ciríaco Aparicio se agachou junto aos três corpos. Um homem, uma mulher e um menino. Os três mortos a julgar pelos semblantes de lábios azulados e a expressão inerte de suas feições. Girou apenas a cabeça para a propriedade em ruínas, cujas paredes despediam fumaça. Calculou que os corpos se achavam a umas dez varas, e se perguntou como teriam terminado ali.
  De novo centrou o olhar nos cadáveres. Não eram nativos; deduziu-o pela cor de seus cabelos, de um vermelho muito peculiar o da mulher e de um loiro quase esbranquiçado o do homem e o do menino. "Com certeza", refletiu, "são saxões".
  Superada a primeira impressão, notou que, em realidade, ao menino quase não lhe via o rosto dado sua posição, abraçado ao peito do homem, a cabeça meio-fio sob seu queixo e as pernas recolhidas. Moveu-o com delicadeza. Tinha a face esquerda manchada com sangue seco, e lhe bastaram poucos segundos para descobrir que o sangue não pertencia à criatura, mas sim provinha do pescoço do homem, de um corte profundo na garganta.
  —Degolaram-no-murmurou ainda incrédulo.
  O menino não apresentava feridas visíveis. A mulher, sim. Tinham-na esfaqueado no ventre. "Deve ter sido uma formosa mulher", pensou, e estirou a mão para acariciar a exuberância de seu cabelo, de uma tonalidade que ele nunca tinha visto, acobreada com brilhos de ouro.
  —Foram os índios-decidiu, e agitou a cabeça em sinal de desalento.
  Ele os conhecia bem, sabia de seus atentados e ataques. De vez enquanto roubavam o gado e incendiavam as estadias. Embora um pensamento o levasse a duvidar: jamais teriam assassinado a uma mulher tão formosa; a teriam levado para concubinato. Os pampas, os ranculches em particular, enlouqueciam a vista da carne branca das huincas, como chamavam as cristãs. Essa mulher teria despertado a concupiscência do cacique ao mando do ataque.
  Submerso em dúvidas e em pesar, o padre Ciríaco se incorporou com as pernas doloridas e voltou a estudar a paragem, de árvores baixas e pastos ressecados devido à estação do ano. A cinqüenta ou sessenta jardas da casa em ruínas, em direção ao rio, havia um curral de madeira vazio, com a porteira aberta. Roubaram os animais; vacas, possivelmente, ou cavalos; mulas, talvez; essa região da intendência de Córdoba do Tucumán, cujas adjacências ao rio ofereciam pastos ideais para a invernada destes animais, provia às minas de ouro e prata do Peru e de Potosí de sua principal besta de carga. Uma mula mansa custava mais que um cavalo.