sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Seducao a Meia-noite - Michelle M. Pillow


Após a morte da sua mãe, há três anos, Audrey Hayes administra o herbário no lugar dela. Ela tem uma boa vida, mas está sozinha. Então, no Dia de todos os Santos (Halloween), um homem entra na loja procurando por sua mãe, Clara. 
Porter é um verdadeiro lycan, enviado para pegar Clara e levá-la de volta ao Reino Escuro para junto do pai de Audrey, um vampiro. Eles terão que conceber uma criança até a meia-noite, de acordo com a profecia dos elfos, ou ambos os mundos serão perdidos para os demônios para sempre. Mas, em vez disso, ele descobre que Clara está morta e que deve levar sua filha, uma mulher que não tem nem idéia que descende do sobrenatural. Conseguir levar Audrey para Reino é a parte mais fácil, mas convencê-la a uni-se a ele e cumprir a profecia será um desafio. 



Capítulo 1

 —Truque ou trato, pés de gato! —cantou a voz de um menino. Audrey Hayes olhou do balcão e sorriu. A cara redonda de querubim de um menino de quatro anos estava pintada de vermelho como se fosse um demônio, mas os grandes olhos castanhos eram mais apropriados a um rebento muito bonito.
 —Aggg — Audrey estremeceu, movendo a cabeça e enrugando o nariz como se estivesse zangada—. Não quero cheirar seus pés fedorentos. Que nojo!
 O menino riu entre dentes e Audrey encheu o pote de plástico até a borda com caramelos. O pai do pirralho era um cliente e sorriu com amabilidade, pedindo ao menino que agradecesse.
 —Obrigado! —gorjeou como um passarinho antes de lembrar-se de que era um demônio aterrador. Levantou as mãos pondo os dedos como garras e grunhiu.
Audrey se jogou para trás de um salto e fingiu estar assustada.
—Ai, não! Não me faça mal!
 O pirralho riu e partiram. Ao olhar ao redor sua loja, suspirou. Era a proprietária do Herbanário Dorian desde que sua mãe morreu há três anos atrás, deixando o herbanário para ela. Sua mãe era uma bruxa, bom, uma “naturista”. Audrey sempre tirou o sarro dela dizendo que era uma bruxa. Ela sorria e respondia:
—Nunca se sabe, meu bem, nunca se sabe.
 Audrey era muito unida a sua mãe. Clara tinha dezoito anos quando ficou grávida dela graças ao capitão de uma equipe de futebol. Nunca conheceu seu pai.
 Sorriu quando outro grupo de monstros e uma solitária princesa bailarina entraram por caramelos. Gostava de deixar o herbanário aberto até tarde no Halloween para seus clientes infantis. Afinal, era sua festa favorita. As crianças desfrutavam passeando pelo interior do herbanário cenário de forma horripilante. Tinha contratado alguns estudantes do instituto para vigiá-los e assegurar-se de que nada nem ninguém sofressem danos, como seu inventário de raízes. Também faziam ruídos com as folhas para assustar as crianças.
Tudo sem más intenções.
 Lá fora estava anoitecendo. O sol acabava de se por e em uma hora fecharia. Poucos pirralhos ficariam depois do crepúsculo pedindo caramelos. Não podia culpar aos pais. Não era como quando ela era pequena. Os vizinhos conheciam uns aos outros e não havia “lâminas de barbear dentro dos caramelos” com as quais se preocuparem. Audrey não estava segura de se era uma lenda urbana ou se de verdade tinha acontecido com alguém, mas caso se tratasse de seus filhos, não se arriscaria.
 Franzindo o cenho, suspirou enquanto uma quebra de onda de solidão a percorria. Foi preencher a terrina de caramelos com coisas que produziam cárie. No que estava pensando? Nunca seria mãe a menos que conhecesse um homem que já tivesse família ou adotasse. Uma parte dela desejava desesperadamente um bebê, mas uma infecção muito grave quando era pequena a deixou estéril, assim sabia que não era possível. Em qualquer caso, sem um homem em perspectiva em sua vida e com uma vida sem amor nem sexo, por assim dizer, a idéia de uma família nunca pareceu tão longínqua.
 A campainha da porta soou e Audrey voltou para o balcão com os caramelos. Um homem estava de pé justamente atrás da vitrine da frente com um aspecto de desgosto no bonito rosto. O cabelo castanho se estendia em cachos suaves pelos ombros, emoldurando o semblante moreno. Sentiu que seu coração se acelerava. Seu perfil ficou visível ao olhar ao seu redor, o nariz europeu imponente, lábios atraentes e traços perfeitamente cinzelados. Seu corpo esquentou e teve que apoiar-se no balcão para que seus joelhos não se dobrassem.
 Droga! Estava como um cara, que era um deus grego enviado para atormentar os mortais com sua mera presença. Todo seu corpo despertou apenas por olhá-lo. Era raro ela reagir de forma tão intensa ante um homem, mas se sentiu instantaneamente atraída por ele.

Retrato de Sua Obsessao - Michelle M. Pillow


Lorde Harrison, Conde de Wrotham, é um trapaceiro que vive do prazer ao prazer
até que numa noite, coloca os olhos sobre a irmã de seu melhor amigo.
Agora tudo o que pode fazer é pensar sobre a reservada, pudica Syrian Blakeney.
Seus instintos sobre ela são corretos? Ela tem uma alma selvagem como a sua, apenas esperando para ser libertada? Ou realmente é a puritana que a sociedade acredita que seja?
Syrian Blakeney conhece a reputação do conde e não acredita que ele pode levar algo a sério, especialmente a ela. Só depois de ver o retrato que seu irmão pintou dela, revelando como o mundo realmente a vê, parou para pensar que o conde pode ser a chave para seus desejos secretos.
Estará sendo ela rebelde, revoltando-se contra o condenatório retrato, jogando a prudência ao vento? Ou será que deve permanecer como é, reservada e insensível como demonstrado na pintura em tela?

Comentários da Revisora Hanne: Gostei muito deste livro, apesar da estória ser bem simples (não tem uma trama super desenvolvida, repleta de mistérios, segredos...), mas é bastante envolvente e tem várias cenas calientes. O mocinho é um libertino que se apaixona perdidamente pela irmã puritana e extremamente adequada de seu melhor amigo. O coitado pena pra conquistar a donzela! Recomendo!!!

Comentários da Revisora France: Adorei o livro é bem curtinho, mais o desenrolar da estória prova que realmente os opostos se atraem, o mocinho é muito audacioso e a mocinha muito reservada, mais ele soube como remover o verniz de puritanismo dela e mostrou a mulher que realmente ela era. Leitura aprovada.

Capítulo Um


Herdade Caldwell, a norte de Londres, Inglaterra
Primavera 1868

—Por favor, Thomas, se apresse! Meus braços estão cansados de ficar nesta terrível pose! Não tenho nenhum desejo de ver meu retrato pintado de tal forma. Por que não posso sentar-me no balanço?
Syrian Blakeney suspirou profundamente, fingindo estar mais irritada do que realmente estava. Amava seu caro irmão. Ele era sua única família e tutor — para não mencionar o visconde de Caldwell.
A manhã estava quente, e na brisa refrescante que soprava sentia-se a fragrância floral. Thomas havia decidido que ela posaria no jardim, próximo ao muro de pedras quebradas, no qual as rosas subiam pequenas e ordenadamente. Ele se recusava a reparar o muro, dizendo que a natureza e o tempo o havia tornado perfeito — e que poderia apenas almejar duplicá-lo pintando.
Não obstante, a parede era a única coisa que não se encontrava em perfeito estado de reparação em Caldwell Manor. A propriedade rural era um belo paraíso, longe de Londres, para onde Thomas frequentemente era forçado a ir em razão de seus negócios. Thomas adorava a cidade, mas achava seu ritmo por demais frenético para um artista que preferia se deitar e absorver todas as nuances de uma rua, uma face, um gesto. Em mais de uma ocasião havia sido acusado de ficar encarando as coisas por mais tempo do que deveria. Mas a franqueza de lorde Caldwell fazia com que o perdão por suas impropriedades fosse contagioso. Invariavelmente era perdoado.
O sol brilhava por trás da cabeça de Syrian, à direita, cintilando sobre o impecável coque de cachos escuros. Thomas se recusou a deixá-la usar um chapéu, dizendo que o brilho da luz do sol em sua figura esguia perderia o destaque se desperdiçasse tal material. Seu vestido, um simples vestido de manhã, conservador e muito composto, era de uma bela seda azul. Tinha um pequeno adorno em sua cintura alta e saia ampla. Um xale de linho creme cobria modestamente seu colo, escondendo-o da vista.
Ele não permitiu que visse o retrato até que estivesse pronto, mas ela não se importou. A pintura era apenas para que eles passassem o tempo — ou pelo menos era por isso que Syrian fazia. Para Thomas era muito mais. Sua arte era tudo para ele.
—Porque quando você se mexe suas saias voam, lorde Caldwell provocou, não percebendo o tempo que tinha passado desde seu último comentário. Estudou-a com um olhar mais sério antes de voltar para o retrato. Syrian ficou surpresa que ele havia lhe respondido. Quando trabalhava, envolvia-se de tal forma que por vezes esquecia-se da presença dela. Se ela não reclamasse, ele a faria posar por horas. Agora que pensava a respeito, de fato estava posando por horas.
As faces de Syrian ficaram vermelhas após as palavras de Thomas. Apoiou raivosamente os braços nos quadris, alterando a pose reservada. — Minhas saias nunca voaram uma polegada acima de meus tornozelos, Thomas! Que coisa miserável para me dizer!
—Você é séria demais, querida irmã, Thomas riu, empurrando para trás seus bonitos cachos antes de virar-se novamente para a pintura. A manga de sua cara camisa de linho havia se manchado de vermelho e marrom, mas ele não se importava. Havia estragado mais do que sua cota de roupas com essa paixão pela arte. Para provar o ponto, seu casaco da manhã, abandonado há mais ou menos uma hora, estava jogado descuidadamente na grama atrás dele, ensopado em uma poça de lama. — É precisamente por isso que eu quero que você fique exatamente nessa pose. Poderei mostrar ao mundo justamente o quão adequada você é. Como artista, é meu dever retratar tudo o que vejo da forma que vejo. E você, querida Syrian, está posando exatamente como eu a vejo quando fecho meus olhos.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

A Donzela e o Monstro - Michelle M. Pillow


Wladamir de Kessen, Duque do Castelo de Lakeshire é tido como se fosse o próprio diabo na terra de Wessex. 


Desde que os reis lhe concederam um título de nobreza a sua guarda, muito aborrecido em seu novo lar, até que a guerra acabe e possa tomar as armas.
Mas esse tédio muito em breve se torna um demoníaco prazer quando deixam a filha de seu inimigo mais odiado às portas de seu castelo para morrer.
Agora o monstro espera que chegue sua hora para cobrar a ansiada vingança.
Lady Éden de Hawks`Nest não sabe o que pensar do homem que lhe salvou a vida, embora não possa tira-lo da sua cabeça. 
Age como um tirano, fazendo honra a sua cruel reputação, mas suas carícias são de um homem que esconde uma ardente paixão e que consegue acender sua luxúria ao invés de seu temor.
Possivelmente esse infame monstro não seja tão mau como aparenta...


No ano de 878 D.C,

O rei Guthrun e sua extensa nação de vikings pagão também conhecidos como Norsemen ou Dinamarqueses tinham metade dos Britons (Celtas britânicos) sob seu controle. 
Mesmo que a princípio tenha chegado em suas fronteiras para assaltar e saquear, acabaram assentando-se em suas terras recentemente conquistadas.
Considerava-se aos vikings uma raça poderosa e invencível, antes do rei cristão Alfred do Wessex, conhecido como Alfred o Grande.
Durante esse tempo, o rei dinamarquês entrou em guerra com o rei Alfred, guerra que culminou em Wiltshire na chamada Batalha de Edington. Esta foi a última batalha significativa entre os dois reinos, e Alfred a ganhou.
As rodas do poder tinham começado a girar e Guthrum e seus vikings estavam do lado perdedor.
Depois de sofrer perdas decisivas, o rei dinamarquês assinou o Tratado de Wedmore.
O dito tratado permitia que Guthrum partisse com a condição de que não retornasse jamais. 
Além disso, a terra ficaria dividida em duas partes: Wessex e o que mais adiante se conhecer como Danelaw (Northumbria, Anglia Oriental e Essex).
De acordo com o que estabelecia o tratado o rei Guthrun teve que deixar vários de seus homens em Wessex, que permaneceriam ali como reféns político para assegurar a paz entre os dois reinos.
Se Guthrum rompesse a promessa que tinha feito de não voltar jamais, os reféns pagariam com a morte.
Também, e como parte do tratado, obrigou-se aos pagãos converterem-se ao cristianismo.
Freqüentemente, os nobres cavalheiros que eram feitos prisioneiros gozavam da liberdade de mover-se livremente, com a única garantia de que lhes dessem sua palavra de honra.

Capítulo Um

Castelo de Lakeshire, Wessex, 819 D.C.
— Meu Deus, Ulric!
Acredito que esta terra de Wessex te está abrandando!
O tom de voz de Wladamir de Kessen, duque de Lakeshire, era forte devido à exasperação. 
Sabia que seu tom de voz tinha uma característica grave que refletia sua procedência de uma cultura báltica que se encontrava a grande distância ao norte do Condado Saxão de Lakeshire.
A herança fazia que suas palavras nunca fossem suaves e seus lábios, úmidos numa linha, faziam-lhe parecer uma pessoa sem piedade. Wladamir o fazia de propósito.
—É irracional, velho louco, que insistam em que fique um só minuto mais junto a sua pilha de cadáveres de animais podres.Não sei porque pensaram que me interessaria!
Seu acento aterrorizava todos os que estivessem as sua ordens. 
De fato tudo nele amendontrava a seus homens.
Queria que os saxões lhe temessem, porque assim lhe obedeceriam e lhe deixariam em paz. 
Estava há um ano em Wessex e até o momento estava funcionando. Tampouco e tinham enviado ali para fazer amigos.
Wladamir era o 1º duque de Lakeshire, mas não era um cargo que o agradasse.
Se fosse por ele acabaria seus miseráveis dias sozinho, em um castelo afastado de tudo e de todos. 
Ou isso ou se meteria completamente e feliz em qualquer outra guerra. 
Franziu o cenho, entrecerrando os olhos com enfado e não fez gesto algum de que fosse voltar para começar seus exercícios diários, embora fechou os dedos sobre o punho de sua espada.
Em vez de partir, tirou o forro de pele do casaco que levava sobre os ombros.
A brisa levantava seu comprido cabelo negro, um pouco fora de moda, que chegava aos ombros, enquanto observava com gesto ausente um fio de cabelo.
Vestia-se de propósito com as roupas pagãs de quem vivia em Danlaw, ao invés de adaptar-se à forma de vestir mais “civilizada” da nação de Wessex. Fazia isso para irritar a sensibilidade curta dos seus vizinhos saxões e para atemorizar àqueles homens aos que obrigava a servir a suas ordens.
“Sim, nada em mim tem a ver com esta abominável terra.
Sou um homem sem pátria. Odeio Wessex e odeio a terra de meu pai e odeio a paz que mantém os dois!”