Ramon é o último homem de quem Noreen
aceitaria ajuda, mas ela estava doente. Como médico, era dever de Ramon buscar
a cura de seus pacientes. Como homem, ele tinha de encontrar um meio de cuidar
do coração da mulher que assombrava seus sonhos. Seria ele capaz de sanar as
dores da alma de Noreen?
CAPÍTULO UM
ELE ouviu os comentários divertidos
murmurados ao descer o corredor em direção ao centro de cardiologia do St.
Mary's Hospital e foi difícil não sorrir. Acabara de ser entrevistado aquela
manhã num programa de televisão sobre seus hábitos na sala de cirurgia. O
repórter havia mencionado que o Dr. Ramon Cortero gostava de ouvir o grupo de
rock “Desperado” durante as cirurgias cardiovasculares pelas quais era
conhecido mundialmente. As enfermeiras e técnicos do centro de cardiologia onde
trabalhava brincaram a respeito daquilo o dia inteiro. Eram uma equipe da qual
ele próprio fazia parte e, portanto, não se ofendeu com a gozação. Na verdade,
alguns deles também eram fãs do grupo do estado de Wyoming.
Os olhos negros sobressaíam no rosto
moreno, bonito e magro enquanto passava em seu uniforme verde, procurando a
mulher de um paciente em quem acabara de substituir uma válvula cardíaca em mau
funcionamento.
Ela não estava na sala de espera do segundo
andar. A enfermeira do centro, inadvertidamente, pedira que aguardasse na sala
de espera do lobby principal e, quando ele ligara para lá, a mulher de
meia-idade desaparecera. O marido milagrosamente sobrevivera, graças à
habilidade de Ramon e algumas orações. Fora trazido com uma válvula perfurada
agravada pela pneumonia. Tinha boas notícias para a mulher, se a encontrasse.
As portas do elevador se abriram e, quando
ele se virou, lá estava ela, rodeada pelo filho adolescente, que usava um
casaco preto comprido, vários membros da família do marido e uma das capelas do
hospital, a seu lado praticamente desde o início daquilo tudo, 48 horas antes.
Os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar sinalizavam um pedido
desesperado.
Ramon sorriu, respondendo à pergunta que
ela parecia recear fazer.
— A operação foi um sucesso — disse sem
rodeios. — Ele tem um coração forte.
— Graças a Deus e ao senhor. Obrigada. —
Apertou-lhe a mão.
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