sábado, 26 de setembro de 2015

O Homem da Praia - Amanda Carpenter


Sara Bertelli, famosa cantora de música moderna, estava à beira de um colapso nervoso. E sob o nome de Sara Carmichael, retirou-se para uma cabana isolada nas margens do Lago Michigan para analisar sua vida.

Quando ela conhece Greg Pierson, enquanto caminhava na praia, teme ser reconhecida. Mas Greg tem seus próprios segredos. Ela entendeu sua atitude estranha, no entanto, ignora a barreira que Greg ergue entre os dois.


CAPÍTULO I




Depois de passar muito tempo dentro de casa, arrumando os móveis e as roupas. Sara não agüentava mais ficar ali. Olhou preguiçosamente para a ensolarada manhã daquela segunda-feira do início de outubro e resolveu dar um passeio a pé.
Observou-se longamente no espelho, antes de sair, e não gostou nada de sua aparência. Nem notou os espessos cabelos negros que lhe caíam suavemente sobre os ombros e o contraste bonito que faziam com a pele clara e aveludada. Toda sua atenção estava voltada para os olhos, cor de avelã, que mudavam de tom, dependendo da roupa que usava. Naquele momento, eles pareciam quase verdes, como o seu pulôver. Porém, o que mais a preocupava agora eram as pequenas rugas que partiam do canto das pálpebras e seguiam até as têmporas.
Observou com cuidado também as linhas que marcavam os cantos de sua boca. É verdade que só poderiam ser vistas bem de perto, mas Sara sabia que elas estavam ali. E, de repente, a consciência disso a fez sentir profundamente cada um dos seus vinte e oito anos. Foi uma sensação nova... e desagradável.
Já estava atravessando uma fase de depressão e juntar a isso uma “crise de idade” era demais para suportar, logo numa segunda-feira.
Desanimada, voltou-se de novo para a janela. Deixou o sol bater em seu rosto, como se quisesse que o calor atingisse sua alma. Uns minutos depois, já caminhava pela rua, respirando o ar puro da manhã.
Essa liberdade para sair à hora que quisesse era exatamente o tipo de coisa com a qual vinha sonhando há muito tempo. Para conseguir esse privilégio havia passado os últimos meses numa verdadeira roda-viva, reorganizando seu esquema de trabalho e terminando a gravação do seu último disco.
Não havia dúvida de que exagerara nos esforços, pois o resultado era bem visível: o tremor nas mãos, a magreza extrema, o aumento no consumo de cigarros para quase dois maços por dia, enfim, era a própria imagem da tensão e do stress. Se tinha valido a pena ou não, ainda não poderia dizer.
Tudo o que sabia era que estava imensamente cansada e que sentia um grande alívio por haver terminado o disco e cumprido o contrato. Agora poderia desfrutar de alguns dias livres, despreocupados, sem nada para fazer, sem os horários e as neuroses da cidade grande.
Havia saído de casa sem deixar pistas e isso tornava sua pequena aventura emocionante. Barry, o seu empresário, nem sequer desconfiava de seu paradeiro, e devia estar furioso.

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