Sara Bertelli, famosa cantora de música
moderna, estava à beira de um colapso nervoso. E sob o nome de Sara Carmichael,
retirou-se para uma cabana isolada nas margens do Lago Michigan para analisar sua
vida.
Quando ela conhece Greg Pierson, enquanto
caminhava na praia, teme ser reconhecida. Mas Greg tem seus próprios segredos. Ela
entendeu sua atitude estranha, no entanto, ignora a barreira que Greg ergue entre
os dois.
CAPÍTULO
I
Depois de passar muito tempo dentro
de casa, arrumando os móveis e as roupas. Sara não agüentava mais ficar ali.
Olhou preguiçosamente para a ensolarada manhã daquela segunda-feira do início
de outubro e resolveu dar um passeio a pé.
Observou-se longamente no espelho,
antes de sair, e não gostou nada de sua aparência. Nem notou os espessos
cabelos negros que lhe caíam suavemente sobre os ombros e o contraste bonito
que faziam com a pele clara e aveludada. Toda sua atenção estava voltada para
os olhos, cor de avelã, que mudavam de tom, dependendo da roupa que usava.
Naquele momento, eles pareciam quase verdes, como o seu pulôver. Porém, o que
mais a preocupava agora eram as pequenas rugas que partiam do canto das
pálpebras e seguiam até as têmporas.
Observou com cuidado também as
linhas que marcavam os cantos de sua boca. É verdade que só poderiam ser vistas
bem de perto, mas Sara sabia que elas estavam ali. E, de repente, a consciência
disso a fez sentir profundamente cada um dos seus vinte e oito anos. Foi uma
sensação nova... e desagradável.
Já estava atravessando uma fase de
depressão e juntar a isso uma “crise de idade” era demais para suportar, logo
numa segunda-feira.
Desanimada, voltou-se de novo para a
janela. Deixou o sol bater em seu rosto, como se quisesse que o calor atingisse
sua alma. Uns minutos depois, já caminhava pela rua, respirando o ar puro da
manhã.
Essa liberdade para sair à hora que
quisesse era exatamente o tipo de coisa com a qual vinha sonhando há muito
tempo. Para conseguir esse privilégio havia passado os últimos meses numa verdadeira
roda-viva, reorganizando seu esquema de trabalho e terminando a gravação do seu
último disco.
Não havia dúvida de que exagerara
nos esforços, pois o resultado era bem visível: o tremor nas mãos, a magreza
extrema, o aumento no consumo de cigarros para quase dois maços por dia, enfim,
era a própria imagem da tensão e do stress. Se tinha valido a pena ou não,
ainda não poderia dizer.
Tudo o que sabia era que estava
imensamente cansada e que sentia um grande alívio por haver terminado o disco e
cumprido o contrato. Agora poderia desfrutar de alguns dias livres,
despreocupados, sem nada para fazer, sem os horários e as neuroses da cidade
grande.
Havia saído de casa sem deixar
pistas e isso tornava sua pequena aventura emocionante. Barry, o seu empresário,
nem sequer desconfiava de seu paradeiro, e devia estar furioso.
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